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quinta-feira, 23 de maio de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
teoria seis das partes do universo
para alexandre faria
galhos de entortar
bacana a língua em ramos
a piedade do mangue das
mulheres em sega
o corrupio da folhas o
voo o mergulho além
galhos de endireitar babacas
a língua pobre
das riquezas em saídas
a bangu os campos
grandes a veste de
aniagem a taquara nua
galhos de entocar
polícia a língua manda
em mandela nos jacarés
que desnadam
nas cotas azuis do
privilégio eternizado
galhos de botar dentro
as falanges dos dedos
cortados a língua dos
negros forros dos exus
eu, o símbolo dos mudos a língua cravadora
(oswaldo martins)
terça-feira, 21 de maio de 2013
domingo, 12 de maio de 2013
Ilustração para a “Carta aos Puros” de Vinícius de Moraes
João Cabral de Melo Neto
A uma se diz cal
viva: a uma, morta;
uma, de ação até
o ponto de ativista,
passa de pura a
purista e daí passa
a depurar
(destruindo o que purifica).
E uma, nada
purista e só construtora,
trabalha
apagadamente e sem cronista:
mais modesta que
servente de pedreiro
aquém de salário
mínimo, de nortista
Uma cal sai por
aí tudo, vestindo tudo
com o
algodãozinho alvo de sua camisa,
de uma camisa
que, ao vestir de fresco,
veste de claro e
de novo, e reperfila;
e nas vezes de
vestir parede de adobe,
ou de taipa, de
terra crua ou de argila.
essa cal lhe
constrói um perfil afiado,
uma quina pura,
quase de pedra cantaria.
Uma cal não sai:
se referve em caieiras
se apurando sem
fim a corrosão e a ira,
o purismo e a
intolerância inquisidora,
de beata e
gramatical, somente punitiva;
see a deixassem
sair, sairia roendo tudo
(de tudo, e até
de coisas nem nascidas),
e no fim roídas
as fichas e indicadores,
se roeria os
dentes: enfim autopolícia.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Carta aos puros - de Vinícius de Moraes
Ó vós, homens sem sol, que vos dizeis os Puros
E em cujos olhos queima um lento fogo frio
Vós de nervos de nylon e de músculos duros
Capazes de não rir durante anos a fio.
Ó vós, homens sem sal, em cujos corpos tensos
Corre um sangue incolor, da cor alva dos lírios
Vós que almejais na carne o estigma dos martírios
E desejais ser fuzilados sem o lenço.
Ó vós, homens iluminados a néon
Seres extraordinariamente rarefeitos
Vós que vos bem-amais e vos julgais perfeitos
E vos ciliciais à idéia do que é bom.
Ó vós, a quem os bons amam chamar de os Puros
E vos julgais os portadores da verdade
Quando nada mais sois, à luz da realidade,
Que os súcubos dos sentimentos mais escuros.
Ó vós que só viveis nos vórtices da morte
E vos enclausurais no instinto que vos ceva
Vós que vedes na luz o antônimo da treva
E acreditais que o amor é o túmulo do forte.
Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
E erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.
Ó vós que vos negais à escuridão dos bares
Onde o homem que ama oculta o seu segredo
Vós que viveis a mastigar os maxilares
E temeis a mulher e a noite, e dormis cedo.
Ó vós, os curiais; ó vós, os ressentidos
Que tudo equacionais em termos de conflito
E não sabeis pedir sem ter recurso ao grito
E não sabeis vencer se não houver vencidos.
Ó vós que vos comprais com a esmola feita aos pobres
Que vos dão Deus de graça em troca de alguns restos
E maiusculizais os sentimentos nobres
E gostais de dizer que sois homens honestos.
Ó vós, falsos Catões, chichisbéus de mulheres
Que só articulais para emitir conceitos
E pensais que o credor tem todos os direitos
E o pobre devedor tem todos os deveres.
Ó vós que desprezais a mulher e o poeta
Em nome de vossa vã sabedoria
Vós que tudo comeis mas viveis de dieta
E achais que o bem do alheio é a melhor iguaria.
Ó vós, homens da sigla; ó vós, homens da cifra
Falsos chimangos, calabares, sinecuros
Tende cuidado porque a Esfinge vos decifra...
E eis que é chegada a vez dos verdadeiros puros.
E em cujos olhos queima um lento fogo frio
Vós de nervos de nylon e de músculos duros
Capazes de não rir durante anos a fio.
Ó vós, homens sem sal, em cujos corpos tensos
Corre um sangue incolor, da cor alva dos lírios
Vós que almejais na carne o estigma dos martírios
E desejais ser fuzilados sem o lenço.
Ó vós, homens iluminados a néon
Seres extraordinariamente rarefeitos
Vós que vos bem-amais e vos julgais perfeitos
E vos ciliciais à idéia do que é bom.
Ó vós, a quem os bons amam chamar de os Puros
E vos julgais os portadores da verdade
Quando nada mais sois, à luz da realidade,
Que os súcubos dos sentimentos mais escuros.
Ó vós que só viveis nos vórtices da morte
E vos enclausurais no instinto que vos ceva
Vós que vedes na luz o antônimo da treva
E acreditais que o amor é o túmulo do forte.
Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
E erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.
Ó vós que vos negais à escuridão dos bares
Onde o homem que ama oculta o seu segredo
Vós que viveis a mastigar os maxilares
E temeis a mulher e a noite, e dormis cedo.
Ó vós, os curiais; ó vós, os ressentidos
Que tudo equacionais em termos de conflito
E não sabeis pedir sem ter recurso ao grito
E não sabeis vencer se não houver vencidos.
Ó vós que vos comprais com a esmola feita aos pobres
Que vos dão Deus de graça em troca de alguns restos
E maiusculizais os sentimentos nobres
E gostais de dizer que sois homens honestos.
Ó vós, falsos Catões, chichisbéus de mulheres
Que só articulais para emitir conceitos
E pensais que o credor tem todos os direitos
E o pobre devedor tem todos os deveres.
Ó vós que desprezais a mulher e o poeta
Em nome de vossa vã sabedoria
Vós que tudo comeis mas viveis de dieta
E achais que o bem do alheio é a melhor iguaria.
Ó vós, homens da sigla; ó vós, homens da cifra
Falsos chimangos, calabares, sinecuros
Tende cuidado porque a Esfinge vos decifra...
E eis que é chegada a vez dos verdadeiros puros.
Oswaldo Martins: Sarau de Manginhos
Mais fotos do Sarau no Blog do Oswaldo:
Oswaldo Martins: Sarau de Manginhos
Oswaldo Martins: Sarau de Manginhos
domingo, 5 de maio de 2013
Anderson Pires da Silva - Poeta Convidado 04/06/2012
O livro nos cofres da Biblioteca Parque de Manguinhos. |
Anderson Pires da Silva nasceu em 1972, natural de Angra dos Reis.
- Graduado em Letras (UFJF/1997), Mestre em Literatura Brasileira (UERJ/2000), Doutor em Letras (PUC-Rio/2006).
- Em 2005, coordenou o núcleo de criação poética do espaço cultural Casa de ideias, em Juiz de Fora.
- Em 2006, participa da coletânea Livro de sete faces, organizada por Érika Kelmer e Elza de Sá Nogueira.
- Em 2008 elabora o sarau Eco perfomances poéticas, em parceria com Juliana Magaldi e André Capilé.
- Em 2012 participa da série Contos urbanos, organizada pelo jornal Tribuna de Minas.
- Em 2092 será um nome em uma lápide, mas antes viverá para contar...
- ... que em 2013 participou com o DJ Pedro Paiva do Sarau Poético de Manguinhos.
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Anderson Pires da Silva,
Poeta Convidado
Ontem no Sarau (maio/2013)
- Um luxo só a apresentação do poeta Anderson Pires da Silva, com o acompanhamento do DJ Pedro Paiva. O poeta lançou seu livro Trovadores elétricos, feito pela Aquela Editora.
- O poema "Songs for ju" fez um sucesso danado. Foi lido em duas versões. A primeira, antes da entraada em cena do poeta convidado, como está lá no TextoTerritório - a Antiode para o João, e a segunda, com revisões, como está no livro.
- Oswaldo Martins esqueceu as folhas e leu no celular mesmo. Mas... apagou! - Confiram então aqui o seu abl - o poema.
- Alexandre Faria leu a "Carta aos puros", de Vinícius e Oswaldo Martins respondeu com "Ilustração para 'Carta aos puros'", de Cabral. Em brve os dois textos aqui no blog.
- A Beth cantou de novo, e o povo pediu: cadê o caderno?
- Adriana Kairos deu aquela força quando leu "Conjugando desigualdade", poema que sai ainda esse mês no livro do Sarau!
- A Mozi compareceu. Nao leu, mas tirou fotos junto com a Maura.
- Elesbão apresentou uma memória inigualável dos tempos de rapaz ourives pelas ruas da Piedade. Acho que sai em breve nas páginas do TextoTerritório.
- Dona Maria chegou junto com um cordel que não acabava mais.
- Ivete leu Clarice e Marly, Pessoa.
- Foi bonito!
sexta-feira, 3 de maio de 2013
Cartaz - maio/2013
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